segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Trabalhe mais para ser notado!

Eu li um artigo sobre um estudo recente de dois pesquisadores da Universidade da Califórnia-Santa Barbara (UCSB), mostrando que as pessoas que trabalham em home office tendem a ter menos reconhecimento do que os profissionais que atuam no ambiente do escritório. O próprio título do artigo dá a dica: "Get Noticed and Die Trying" (em Português, "Seja reconhecido e morra tentando").

Segundo o estudo, as pessoas que trabalham no escritório mantém relações face a face, que produzem um nível maior de confiança nos chefes. Com isso, os funcionários que trabalham no mesmo ambiente do seu gestor costumam receber as chamadas “boas atribuições” — aquelas que levam ao reconhecimento e às promoções. Por outro lado, quem trabalha em home office precisa compensar essa distância e, para serem notados e promovidos, precisam trabalhar mais do que seus colegas.

Eu me identifiquei muito com essa notícia, pois eu, particularmente, sou uma pessoa que gosto muito de interagir com os meus colegas, e quando fico muito tempo em home office, sinto a falta dessa interação pessoal. E, quando tenho um colega que fica muito tempo remoto, acabo naturalmente me distanciando mais, e me aproximando mais dos colegas no escritório. Sem falar que, na nossa cultura brasileira, nós damos muito valor para a interação pessoal, para a conversa no cafezinho e, algo que sinceramente, é muito importante no ambiente corporativo: as conversas nos corredores (a famosa "rádio pelo"). Quem fica em home office perde essas interações espontâneas e esporádicas, e só ficam sabendo das coisas que chegam até ele, normalmente através dos canais de comunicação oficial da empresa.

Uma dica importante, que consta na reportagem do 6 Minutos, é para você se fazer presente, mesmo trabalhando remotamente. Participe de reuniões da sua área (se possível, em vídeo também), mantenha a frequência da comunicação com as outras áreas e não se afaste do ecossistema da empresa. “Infelizmente, ainda vigora a cultura do ‘quem não é visto não é lembrado". O artigo acadêmico dos pesquisadores Ioana C. Cristea e Paul M. Leonardi foi publicado em Maio deste ano, mas infelizmente só encontrei para baixar a versão paga dele.